Estúdios de Hollywood processam empresa chinesa de IA por uso não autorizado de personagens icônicos

Em uma jogada inédita, três dos maiores estúdios de Hollywood – Disney, Universal Pictures e Warner Bros. Discovery – juntaram forças para mover um processo contra a empresa chinesa MiniMax. O alvo da ação é o serviço de IA chamado Hailuo AI, que permite a qualquer usuário criar vídeos e imagens a partir de textos, inclusive com personagens famosos.
O que está sendo acusado?
Segundo a petição, a MiniMax teria usado, sem autorização, obras protegidas por direitos autorais para gerar conteúdo comercial. Entre os personagens citados estão Darth Vader, os Minions, Wonder Woman, o Coringa, Groot, Yoda e o Superman. Os estúdios alegam que a empresa não só reproduz esses ícones, mas ainda os exibe em anúncios, passando a impressão de que tem apoio oficial.
Ao descrever o modelo de negócios da MiniMax, a reclamação utiliza termos como "pirataria em larga escala" e "desprezo flagrante à lei de direitos autorais dos EUA". Os documentos incluem capturas de tela de campanhas publicitárias que mostram os próprios heróis em ação, gerados a partir de simples comandos de texto.

Contexto e repercussões
MiniMax, que tem sede em Xangai, é considerada uma das startups de grande modelo de linguagem mais promissoras da China. Entre seus investidores estão HongShan (ex‑Sequoia China), Hillhouse e o conglomerado Alibaba. A empresa está se preparando para abrir capital na Bolsa de Hong Kong, o que pode tornar o caso ainda mais complexo.
Os estúdios não estão pedindo apenas indenizações: buscam também que o tribunal impeça a MiniMax de continuar a infringir seus direitos. Cada obra supostamente violada pode render até US$ 150 mil, além de honorários advocatícios e custos processuais.
Esta ação segue outra onda de processos contra plataformas de IA. Em junho de 2025, Disney e Universal processaram a empresa Midjourney, e o Warner Bros. entrou na Justiça contra a mesma firma pouco depois. O padrão indica que grandes produtoras estão se preparando para defender vigorosamente suas propriedades intelectuais diante da ascensão de ferramentas que facilitam a reprodução automática de conteúdo.
Para o setor de tecnologia, o caso levanta questões delicadas. Por um lado, a IA promete democratizar a criatividade, permitindo que qualquer pessoa crie vídeos de qualidade profissional. Por outro, existe o medo de que obras protegidas sejam usadas como matéria‑prima, desfavorecendo os criadores que investem tempo e dinheiro nas produções originais.
- Personagens citados: Darth Vader, Minions, Wonder Woman, Coringa, Groot, Yoda, Superman.
- Investidores da MiniMax: HongShan, Hillhouse, Alibaba.
- Possíveis sanções: até US$ 150 mil por obra, restrição de futuras infrações, pagamento de honorários.
O desenrolar desse processo pode definir como a lei americana irá encarar serviços de geração de conteúdo por IA que operam fora dos EUA. Enquanto o caso segue nos tribunais, estúdios e desenvolvedores de IA provavelmente vão observar de perto os limites impostos ao uso de personagens protegidos. A disputa está longe de acabar e promete influenciar tanto o futuro da indústria cinematográfica quanto o da inteligência artificial.