Estúdios de Hollywood processam empresa chinesa de IA por uso não autorizado de personagens icônicos

Estúdios de Hollywood processam empresa chinesa de IA por uso não autorizado de personagens icônicos set, 26 2025

Em uma jogada inédita, três dos maiores estúdios de Hollywood – Disney, Universal Pictures e Warner Bros. Discovery – juntaram forças para mover um processo contra a empresa chinesa MiniMax. O alvo da ação é o serviço de IA chamado Hailuo AI, que permite a qualquer usuário criar vídeos e imagens a partir de textos, inclusive com personagens famosos.

O que está sendo acusado?

Segundo a petição, a MiniMax teria usado, sem autorização, obras protegidas por direitos autorais para gerar conteúdo comercial. Entre os personagens citados estão Darth Vader, os Minions, Wonder Woman, o Coringa, Groot, Yoda e o Superman. Os estúdios alegam que a empresa não só reproduz esses ícones, mas ainda os exibe em anúncios, passando a impressão de que tem apoio oficial.

Ao descrever o modelo de negócios da MiniMax, a reclamação utiliza termos como "pirataria em larga escala" e "desprezo flagrante à lei de direitos autorais dos EUA". Os documentos incluem capturas de tela de campanhas publicitárias que mostram os próprios heróis em ação, gerados a partir de simples comandos de texto.

Contexto e repercussões

Contexto e repercussões

MiniMax, que tem sede em Xangai, é considerada uma das startups de grande modelo de linguagem mais promissoras da China. Entre seus investidores estão HongShan (ex‑Sequoia China), Hillhouse e o conglomerado Alibaba. A empresa está se preparando para abrir capital na Bolsa de Hong Kong, o que pode tornar o caso ainda mais complexo.

Os estúdios não estão pedindo apenas indenizações: buscam também que o tribunal impeça a MiniMax de continuar a infringir seus direitos. Cada obra supostamente violada pode render até US$ 150 mil, além de honorários advocatícios e custos processuais.

Esta ação segue outra onda de processos contra plataformas de IA. Em junho de 2025, Disney e Universal processaram a empresa Midjourney, e o Warner Bros. entrou na Justiça contra a mesma firma pouco depois. O padrão indica que grandes produtoras estão se preparando para defender vigorosamente suas propriedades intelectuais diante da ascensão de ferramentas que facilitam a reprodução automática de conteúdo.

Para o setor de tecnologia, o caso levanta questões delicadas. Por um lado, a IA promete democratizar a criatividade, permitindo que qualquer pessoa crie vídeos de qualidade profissional. Por outro, existe o medo de que obras protegidas sejam usadas como matéria‑prima, desfavorecendo os criadores que investem tempo e dinheiro nas produções originais.

  • Personagens citados: Darth Vader, Minions, Wonder Woman, Coringa, Groot, Yoda, Superman.
  • Investidores da MiniMax: HongShan, Hillhouse, Alibaba.
  • Possíveis sanções: até US$ 150 mil por obra, restrição de futuras infrações, pagamento de honorários.

O desenrolar desse processo pode definir como a lei americana irá encarar serviços de geração de conteúdo por IA que operam fora dos EUA. Enquanto o caso segue nos tribunais, estúdios e desenvolvedores de IA provavelmente vão observar de perto os limites impostos ao uso de personagens protegidos. A disputa está longe de acabar e promete influenciar tanto o futuro da indústria cinematográfica quanto o da inteligência artificial.