Literatura de Cordel: tudo o que você precisa saber em poucos minutos

Se você ainda não ouviu falar de cordel, está na hora de mudar isso. O cordel é a poesia que nasce nas feiras, nos mercados e nas praças do Nordeste, mas ganha vida em todo o Brasil. Ele conta histórias de amor, de luta, de magia e de política, tudo em versos simples e direto, muitas vezes acompanhados de ilustrações em xilogravura.

Origens e tradição

O nome vem do jeito como os folhetos eram vendidos: amarrados em cordas para facilitar o transporte. Essa prática começou no século XIX, quando os vendedores passeavam de vilarejo em vilarejo, recitando os versos e atraindo o público. A forma mais comum é a sextilha, seis versos rimados, mas também aparecem quadras, décimas e até poemas mais longos. O ponto forte do cordel é a linguagem coloquial: ele fala a gente, sem rodeios.

Entre os mestres que marcaram a história, destaca‑se Leandro Gomes de Barros, o "poeta do povo", que narrou batalhas e romances com um toque de humor. Outro nome essencial é Patativa do Assaré, que levou a vida do sertão para o Brasil inteiro. Hoje, poetas como João Martins de Sousa e Maria do Rosário continuam a tradição, abordando temas atuais como direitos humanos e preservação ambiental.

Como aproveitar a literatura de cordel hoje

Não precisa esperar a feira para ler cordel. Muitas editoras lançam livros colecionáveis, e bibliotecas digitais têm versões gratuitas. Se curte áudio, há podcasts que leem os folhetos em voz alta, o que ajuda a sentir o ritmo das rimas. Também dá para encontrar grupos nas redes sociais que compartilham imagens de xilogravuras e discutem o significado dos poemas.

Quer experimentar? Comece com um clássico como "A Chegada de Lampião" ou "O Romance da Pedra do Reino". Leia em voz alta, sente o balanço das sílabas e veja como a história se desenrola. Se achar legal, tente escrever seu próprio cordel: escolha um tema que você ama, faça rimas simples e não se preocupe demais com a métrica – o importante é a mensagem.

Além de entretenimento, o cordel serve como janela para a cultura nordestina. Ele revela costumes, crenças e a visão de mundo de quem vive no interior do Brasil. Ao ler, você entende melhor a diversidade do país e ainda apoia artistas que mantêm viva essa arte popular.

Então, que tal colocar um folheto de cordel na sua estante ou no seu celular? É leitura rápida, barata e cheia de histórias que dão pano pra conversa. Se quiser mergulhar de cabeça, participe de eventos literários, feiras de artesanato ou oficinas de xilogravura. O cordel está esperando por você – e, garanto, vai transformar a forma como você vê a poesia brasileira.