Werdum quer Vale Tudo em revanche contra Junior Cigano no Gamebred 5

Quando Fabrício Werdum revelou que pediu as regras de Vale Tudo para o seu duelo com Junior Cigano, o Brasil ficou em polvorosa. A luta está marcada para 8 de setembro de 2023, no evento Gamebred Bareknuckle 5, que acontecerá na Flórida, EUA. Werdum quer reviver a brutalidade dos confrontos de final dos anos 1990, enquanto o regulamento atual do bare‑knuckle já elimina luvas e aumenta o risco de cada soco.
Contexto histórico: do Vale Tudo ao MMA regulado
Vale Tudo, expressão que significa "tudo vale", era o precursor do que hoje chamamos de MMA. Nos anos 90, eventos em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo permitiam cabeçadas, chutes de pé em oponentes caídos e até pisões. Com o tempo, as comissões esportivas dos EUA impuseram regras mais rígidas, culminando no Unified Rules of Mixed Martial Arts, adotado pela UFC em 2000.
Hoje, as regras de luta com luvas proíbem exatamente o que Werdum pediu: cabeçadas, socos de futebol (soccer kicks) e estocadas. A proposta dele, portanto, não é apenas um pedido de "mais violência", mas um convite a revisitar a origem do esporte, onde a linha entre o tradicional e o extremo era bem mais tênue.
Detalhes da revanche: Gamebred Bareknuckle 5
O confronto entre os dois ex‑campeões do peso‑pesado da UFC marca 15 anos de história. Em 2008, Junior Cigano derrubou Werdum com um nocaute na estreia do brasileiro no octógono. Agora, o embate será sob o selo da Gamebred FC, promoção criada pelo ex‑lutador de peso‑welter Jorge Masvidal. O evento será realizado em Florida, nos Estados Unidos.
Werdum contou ao MMA Junkie que, ao encontrar Masvidal em Las Vegas há cerca de dois meses, pediu: "Quero lutar Vale Tudo, com cabeçadas, chutes de futebol, estocadas – tudo". O promotor, porém, respondeu que não havia tempo hábil para mudar o regulamento. Ainda assim, o pedido levantou um debate sobre a viabilidade de regras mais “livres” em torneios modernos.
Conan Silveira, treinador de Junior e representante da American Top Team, já havia confirmado a data em entrevista ao canal "PVT" no YouTube. Silveira brincou que o calendário tinha sido inicialmente “4 de agosto”, mas que a data foi ajustada para 8 de setembro, dando mais tempo de preparação ao seu atleta.
- Data da luta: 8 de setembro de 2023
- Local: Florida, EUA
- Evento: Gamebred Bareknuckle 5
- Regulamento: Bare‑knuckle MMA (sem luvas), regras padrão da Gamebred FC
- Pedido de regra: Vale Tudo – cabeçadas, chutes de futebol, estocadas
Reações e declarações dos envolvidos
"Eu queria algo que fosse mais brutal, que lembrasse como o esporte começou", declarou Werdum em entrevista. "Se não for possível mudar as regras, tudo bem, mas a ideia é deixar o público ver o que realmente é um confronto pesado".
Mas Jorge Masvidal foi cauteloso. Segundo o CEO da Gamebred FC, "temos que garantir segurança dos atletas e cumprir as exigências das autoridades da Flórida". O promotor acrescentou que o "bare‑knuckle" já aumenta a dificuldade, e mudar mais regras poderia afastar patrocinadores.
Silveira, por sua vez, adotou tom otimista: "Junior está em ótima forma, nem a idade parece tá atrapalhando. Ele treina como se fosse 25, e a gente tá focado no plano de jogo – defender a cabeça e explorar o clinch".

Impacto no cenário do MMA e nas discussões sobre regras
Se o Vale Tudo fosse aprovado, seria a primeira vez em quase duas décadas que técnicas como cabeçadas são permitidas em um evento sancionado nos EUA. Analistas como Rafael "Balk" Lima argumentam que "abrir o leque de técnicas pode gerar um novo ciclo de interesse, mas também traz riscos de lesões graves, dificultando a aceitação por grandes redes de TV".
Além disso, a promoção já recebeu nomes como José Aldo, Vitor Belfort e Ronaldo "Jacaré" Souza, todos ex‑campeões da UFC. A participação de dois ex‑campeões do peso‑pesado eleva ainda mais o perfil do evento, potencialmente incentivando outras organizações a experimentar formatos híbridos.
Próximos passos e o futuro do combate sem luvas
Com a data se aproximando, o foco agora é a preparação física e tática. Werdum tem 45 anos e já demonstrou interesse em voltar ao ringue pouco após se aposentar, enquanto Cigano, de 39, parece ainda em plena forma. Ambos terão que adaptar suas estratégias ao fato de não haver luvas – o que pode mudar drasticamente a maneira como lançam socos e defesas.
Enquanto isso, a comunidade de fãs segue dividida: alguns celebram a ideia de um “retorno às raízes”, enquanto outros temem que a violência excessiva afaste o esporte das plataformas mainstream.
Resta aguardar se, nos próximos meses, a Gamebred FC decidirá ajustar as regras ou manter o regulamento atual. De qualquer forma, o duelo já está garantido como um dos maiores espetáculos do ano, reunindo história, rivalidade e a eterna discussão sobre até onde o MMA pode ir.
Frequently Asked Questions
Por que Werdum quer regras de Vale Tudo?
Werdum acredita que o Vale Tudo reflete a essência do combate sem limitações, permitindo técnicas que foram banidas há décadas, como cabeçadas e chutes de pé. Ele vê isso como uma forma de tornar a luta mais emocionante e de buscar vingança de forma decisiva contra o adversário que o nocauteou em 2008.
Qual a diferença entre o bare‑knuckle MMA e o MMA tradicional?
No bare‑knuckle não há luvas, o que aumenta o risco de cortes e lesões nas mãos. As regras de combate costumam ser semelhantes às do MMA, porém alguns golpes podem ser restringidos por questões de segurança. O impacto dos golpes muda, exigindo ajustes técnicos dos lutadores.
Quando e onde acontecerá a luta?
O duelo está marcado para 8 de setembro de 2023, no evento Gamebred Bareknuckle 5, que será realizado no estado da Flórida, nos Estados Unidos.
Quem são os principais organizadores do evento?
A promoção é a Gamebred FC, fundada pelo ex‑lutador de peso‑welter Jorge Masvidal. Ele já realizou eventos de boxe e bare‑knuckle envolvendo outras lendas do MMA.
O que especialistas dizem sobre a possibilidade de adotar regras de Vale Tudo?
Especialistas como Rafael "Balk" Lima alertam que, embora a proposta seja atrativa para fãs de nostalgia, a reintrodução de técnicas proibidas eleva o risco de lesões graves e pode dificultar a aprovação de comissões atléticas, limitando a expansão do formato em mercados maiores.